segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Celebrar o centenário da República

Mas afinal o que deixou a I República?
O hino A Portuguesa é uma adapatação do hino antibritânico composto por Alfredo Keil e Henriques Lopes e Mendonça por altura do Ultimato de 1890, bem aproveitado pelos então opositosicionistas republicanos para fazer propaganda antigovernamental. Onde se canta agora "contra os canhões" cantava-se então "contra os bretões".
A bandeira verde-rubra preserva o escudo nacional, mas quanto às cores é de inspiração maçónica e carbonária, tendo estado a sua doação no centro de polémica. O poeta Guerra Junqueiro, por exemplo, advogava a manutenção das cores azul e branca, devendo os republicanos limitar-se a retirar a coroa do escudo (...)
O Registo Civil também é uma grande inovação da I República e significou um corte fundamental, já que o registo dos nascimentos, casamentos e afins passou das mãos da Igreja para o Estado. "A Lei da Separação do Estado das Igrejas (deixando o catolicismo de ser "religião oficial") alterou igualmente (ou procurou alterar) aspectos do quotidiano das mentalidades".
Criação da República foi claro, a Guarda Nacional Republicana. Extinta a Guarda Municipal em Lisboa e no Porto, a GNR torna-se, em 1913, a primeira força policial, com a cobertura de todo o território.
Uma marca da República pouco apontada é o tratamento por "doutor" ou "engenheiro". Foi então que o uso dos títulos académicos para nos dirigirmos a outrem se tornou uma das mais arreigadas práticas culturais portuguesas.(...)
Visão nº 917
Cristina Costa - Coordenadora pedagógica

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