“Aqui na ilha, o mar
Tanto mar
Sai de si a cada instante
Diz que sim, que não.
Diz que sim, em azul,
na espuma, a galope.
Diz que não, depois que não.
Não pode estar quieto
Chamo-me mar, repete,
Batendo numa pedra,
Sem conseguir convencê-la.
Então, com sete línguas verdes
De sete tigres verdes,
De sete cães verdes
De sete mares verdes
Percorre-a, beija-a,
Humedece-a
E bate no peito, repetindo
O seu nome!”
Tanto mar
Sai de si a cada instante
Diz que sim, que não.
Diz que sim, em azul,
na espuma, a galope.
Diz que não, depois que não.
Não pode estar quieto
Chamo-me mar, repete,
Batendo numa pedra,
Sem conseguir convencê-la.
Então, com sete línguas verdes
De sete tigres verdes,
De sete cães verdes
De sete mares verdes
Percorre-a, beija-a,
Humedece-a
E bate no peito, repetindo
O seu nome!”
Pablo Neruda
Este é o poema declamado no filme “O Carteiro de Pablo Neruda” pelo ator que encarna o célebre poeta chileno vencedor do prémio Nobel da Literatura em 1971. Ao ouvi-lo, o seu grande amigo Mário sente-se como se estivesse num barco e cria, ele próprio, pela primeira vez, novas metáforas. Este momento fantástico e muitos outros enternecedores foram o ponto de partida para uma reflexão sobre a importância da poesia na nossa vida e as diversas facetas que esta pode assumir, enquanto expressão de emoções ou instrumento político.
Foi assim que se comemorou, no CNO, o Dia Mundial da Poesia (21 de março), numa sessão com um público muito interessado e sensível às expressões poéticas.
Lídia Ribeiro, Formadora de CLC
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