Iniciámos com a declamação feita por um dos candidatos, Fernando Silva de um dos poemas mais conhecidos de Fernando Pessoa, "O Mostrengo", a personificação do medo e do receio, o guardião do mar tenebroso no cabo das Tormentas que, numa metáfora suprema, se transformou em cabo da Boa Esperança. Ao ser vencido, permitiu, no século XV, aos navegadores portugueses a revelação de um novo mundo.
O Mostrengo é o símbolo dos perigos e das dificuldades que se apresentam ao ser humano que quer conhecer novos mundos, que quer explorar o desconhecido, que aceita do desafio da iniciativa Novas Oportunidades – eixo adultos, que aceita parar para reflectir sobre a sua história de vida, uma história complexa, repleta de recuos e avanços, de aventuras e perdas, mas sobretudo de muitas aprendizagens, de vontade de aprender e surpreender.
Entrámos de seguida no mundo maravilhoso num momento musical proporcionado por um dos elementos da nossa equipa técnico-pedagógica, o Dr Licínio Maurício, formador de Matemática para a Vida que interpretou ao saxofone What a wonderful world e Hallelujah da banda sonora do Shrek - para ilustrar um percurso em imagens pelo nosso Centro, pelos momentos de formação, de convívio e em especial pelos momentos de glória dos nossos candidatos e formandos.
Na segunda parte da nossa entrega de diplomas, No mundo Silencioso, a formadora de Cultura, Língua e Comunicação, Dra Lídia Ribeiro relembrou os versos do poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena/ Se a alma não é pequena”. Realçou no processo RVCC o percurso ao mundo interior e a redescoberta de si. Propôs a todos os presentes um momento musical protagonizado pelos jovens Dora Ribeiro e Filipe Lopes, para deixar a nossa mente dançar ao ritmo da composição “L’autre Valse”, de Yann Tiersen.
Continuámos, a nossa viagem às profundezas do Ser e do Mundo, guiados pelas palavras da candidata Idalina Santos, que acompanhada ao piano, nos fez descobrir um fantástico mundo marinho, tal como o imaginou Sophia de Mello Breyner Andersen, no seu poema “No fundo do mar”.
Finalmente, a composição “Comptine d’ un autre été”, de Tiersen, veio transportar-nos, graças ao pianista Filipe Lopes, para outros tempos e outros espaços do nosso imaginário.
"Se eu tivesse nascido noutro tempo/ou noutro lugar do mundo,/nada seria do que sou e, contudo, seria eu". São os versos iniciais do poema "A Marca" de Luísa Freire e com esta citação a formadora de Cidadania e Profissionalidade, Dra Teresa Rodrigues introduziu a terceira parte da cerimónia: Vivências Interculturais.
A formadora relembrou que os desafios interculturais tiveram um espaço importante nas reflexões dos candidatos ao longo do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências e curso EFA. A cultura representa tudo o que é socialmente aprendido e partilhado pelos membros de uma comunidade: das técnicas às tradições, da gastronomia ao folclore, da literatura à música… Partilhamos um mundo a cores, rico pela sua diversidade cultural. Imaginamos um mundo com uma única cor? Ou com uma única música?
Tivemos a oportunidade de pintar a nossa festa com cores do mundo, numa viagem musical por diferentes continentes com o Quarteto de Saxofones Sax Ensemble que, mum primeiro momento, nos levou a fazer uma viagem pelos Estados Unidos com Tiger Rag – Bill Holcombe/Cantina Band – John Williams. Prosseguiu com uma incursão pela Grécia com Suite Hellénique – Pedro Iturralde.
Também o Director do Centro Novas Oportunidades, Engº Fernando Mota e o vereador da Educação, Dr. Fernando Parreira procuraram celebrar este momento com palavras de estímulo para a aprendizagem ao longo da vida, no reconhecimento público da importância da valorização pessoal para o enriquecimento do concelho e da sociedade em geral.
Socorrendo-se de uns versos de Miguel Torga "O que é bonito neste mundo, e anima, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura", o Director do Centro encerrou o evento com o desafio para Novos Rumos.