Outono
Outono vem em vulvas claridades...
Vamos os dois esp'rá-lo de mãos dadas:
Tu, desfolhando as rosas das estradas,
E eu, escutando o choro das saudades...
Outono, vem em doces suavidades...
E a acender fogueiras apagadas
Andam almas no céu, ajoelhadas...
E a terrra rez a prece das Trindades.
Choram no bosque os musgos e os fetos.
Vogam nos lagos pálidos e quietos,
Como gôndolas doiro, as borboletas
Meu amor! Meu amor!Outono vem...
Beija os meus olhos roxos, beija-os bem!
Desfolha essas primeiras violetas.
Florbela Espanca in Poesia: 1818-1930
Outono vem em vulvas claridades...
Vamos os dois esp'rá-lo de mãos dadas:
Tu, desfolhando as rosas das estradas,
E eu, escutando o choro das saudades...
Outono, vem em doces suavidades...
E a acender fogueiras apagadas
Andam almas no céu, ajoelhadas...
E a terrra rez a prece das Trindades.
Choram no bosque os musgos e os fetos.
Vogam nos lagos pálidos e quietos,
Como gôndolas doiro, as borboletas
Meu amor! Meu amor!Outono vem...
Beija os meus olhos roxos, beija-os bem!
Desfolha essas primeiras violetas.
Florbela Espanca in Poesia: 1818-1930
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