terça-feira, 29 de junho de 2010

Recordando Saint Exupéry


E foi então que apareceu a raposa.
__ Bom dia - disse a raposa.
__ Bom dia - respondeu educadamente o pequeno príncipe, que , olhando a sua volta, nada viu. __ Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
__ Quem és tu? - perguntou o principezinho.
__ Tu es bem bonita...
__ Sou uma raposa - disse a raposa.
__ Vem brincar comigo - propôs ele.
__ Estou tão triste...
__ Eu não posso brincar contigo - disse a raposa.
__ Não me cativaram ainda.
__ Ah! desculpa - disse o principezinho. Mas após refletir, acrescentou:
__ O que quer dizer "cativar"?
__ Tu não és daqui - disse a raposa.
__ Que procuras?
__ Procuro homens - disse o pequeno príncipe.
__ Que quer dizer "cativar"?
__ Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
__ Não - disse o príncipe.
__ Eu procuro amigos.
__ Que quer dizer "cativar"?
__ É algo quase sempre esquecido - disse a raposa.
__ Significa "criar laços"...
__ Criar laços?
__ Exatamente - disse a raposa.
__ Tu não és nada para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E Não tenho necessidade de ti. E tu também não tem necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. Eu serei para ti única no mundo...
__ Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. __ Existe uma flôr... eu creio que ela me cativou...
__ É possível - disse a raposa.
__ Vê-se tanta coisa na Terra...
__ Oh! não foi na Terra - disse o principezinho. A raposa pareceu intrigada:
__ Num outro planeta?
__ Sim.
__ Há caçadores nesse outro planeta?
__ Não. __ Que bom! E galinhas? __ Também não
__ Nada é perfeito - suspirou a raposa.
Saint Exupéry, O Principezinho

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Novas Oportunidades no Mondego

Aventura,
persistência,
boa disposição,
lindas paisagens
e margens que algumas canoas teimavam em explorar foram pontos de destaque na nossa actividade.



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Cristina Costa - Coordenadora Pedagógica

domingo, 20 de junho de 2010

Vamos a isso!

As canoas já estão reservadas para o maior evento nacional!

Encontramo-nos às 8:30 horas à entrada da Escola Secundária com 3º Ciclo de Pombal com protector, chapéu e boa disposição!

Até là!

Cristina Costa - Coordenadora Pedagógica

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Partilho....

Fonte: Aqui

Às vezes caímos na tentação de olhar para este período do ano com um olhar cansado, talvez até mesmo desgastado. Parece um tempo sem final onde o fim parece não chegar e o princípio, para lá do fim, parece não querer entrar. É tempo de começar já a sonhar com novos amanhãs; planeia-se férias e até mesmo o depois das férias. Mas, ao mesmo tempo ainda há que fazer exames e terminar trabalhos, fechar contas e abrir balanços, chorar despedidas e cantar promessas. E um sem número de outras coisas. Afinal, é tempo de avaliações.

Este tempo de avaliações traz inquietações e tensões que tornam tudo ainda mais intenso. Mas o facto é que é tempo de avaliar. E avaliar o que é? Determinar o valor! E para isso é preciso um olhar purificado de cansaços, capaz de adentrar no fascínio da delicadeza da vida. Não estará o valor das coisas precisamente na delicadeza dos limites? E o fascínio, na ilimitada arte das possibilidades que cada limite oferece?

Às vezes caímos na tentação de avaliar sem ter esta pureza de olhar e sem dar a possibilidade de abrir os horizontes para que a vida veja em frente um amanhã melhor que o hoje. Avaliar é determinar o valor e, se formos um pouco mais longe na nossa capacidade de bem-querer, avaliar é dar valor, aquém e além dos limites. Tempo de avaliações é tempo de desenhar o futuro.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

O júri reuniu e decidiu


A cerimónia de entrega dos prémios, integrada na semana cultural da Escola Secundária com 3º Ciclo de Pombal, realizou-se no dia 4 de Junho.


Foram finalmente revelados os vencedores: na Fotografia o primeiro, segundo e terceiro lugares foram atribuídos respectivamente às participações das alunas Ana Santos, do 12º F, Dalila Andrade, do 12º G e Sofia Silva Monteiro, do 12º G; no Texto Literário o 1º lugar foi para a aluna Andreia Maricato, do 12º F, com o título “Vamos jogar às escondidas”, em 2º lugar “O que não se quer ver”, da aluna Daniela Couto, do 12º G e o 3º lugar “Pobreza de espírito” da autoria da aluna Bárbara Gameiro, do 9º A.

O entusiasmo foi grande… os aplausos sucediam-se. Parabéns aos vencedores! E parabéns a todos quantos, de alguma forma, se envolveram nesta iniciativa, tornando-a viável e contribuindo para o seu sucesso.

Os nossos agradecimentos a todos os patrocinadores e membros do júri e um agradecimento muito especial à D. Alice Santos, em processo de RVCC – NS, no Centro Novas Oportunidades da nossa escola, que ofereceu uma tela pintada a óleo, da sua autoria, representando “diferentes olhares sobre a pobreza”. A Daniela Couto do 12º G foi a feliz contemplada. Bem-haja D. Alice!

Teresa Rodrigues - Formadora de Cidadania e Profissionalidade

terça-feira, 1 de junho de 2010

Retalhos de infância



A Isabel, a Nazaré, a Nélia e o Manuel concluiram hoje o seu processo RVCC de nível básico.

Nos seus Portefólios Reflexivos de Aprendizagens (PRA) ficam saudosamente retratados tempos em que as brincadeiras eram outras e a infância curta.

O Sr Manuel partilha connosco um excerto do seu PRA no dia em que se celebra o Dia da Criança.
Cristina Costa - Coordenadora Pedagógica

A mais antiga recordação que tenho de quando era criança, – tinha eu cerca de quatro anos, – diz respeito ao grande susto que apanhei devido a uma porca. Quando estava a abrir o portão do pátio, dei-me de frente com o enorme animal e devido ao medo, fiquei gago. Por essa razão, estive três a quatro anos a beber água na campainha de bois, pois as pessoas mais antigas acreditavam que isso ajudava a passar a gaguez.(...)

Na primeira classe aprendi a contar, a conhecer os números, as letras, as cores e a escrever algumas palavras. No recreio, às vezes, jogava à bola, ao pião e ao trinco, convivia com os colegas de classe, aprendendo assim a respeitá-los. Depois das aulas tinha que vir para casa, para ir pastorear as ovelhas na serra. (...)

No ano em que concluí a quarta classe, no mês de Agosto, o meu pai levou-me para Torres Novas para trabalhar na apanha de figos. Ainda me lembro do meu primeiro ordenado, 125 escudos que hoje são 0.625€. Trabalhava de sol a sol e entregava o meu ordenado ao meu pai. Aos domingos, ia até Torres Novas passear, o meu pai dava-me às vezes 2$50 ou 5$00, naquela época já era muito dinheiro. Terminei a época da apanha dos figos e vim para casa com o meu pai.


Manuel Gaspar -
Candidato certificado através do RVCC de nível básico